PF: Mauro Cid disse que “tempo está curto” e golpe “teria que ser antes do dia 12”, dia da diplomação de Lula
Ex-ajudante de ordens tratou com general Mário Fernandes sobre as conversas que mantinha com Bolsonaro a respeito dos planos golpistas
Áudios obtidos pela Polícia Federal no âmbito de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no final do governo Bolsonaro revelam conversas comprometedoras entre o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente, e o general Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. As mensagens indicam articulações que deveriam ocorrer “antes do dia 12”, data da diplomação de Lula e Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em uma das gravações, Mauro Cid enfatiza que “o tempo está curto” para agir e que levaria o assunto ao conhecimento de Bolsonaro. “Pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. Mas ele tem essa personalidade, às vezes espera muito para decidir. Só que o tempo não permite mais, né? Teria que ser antes do dia 12”, declarou, sugerindo urgência no plano.
As mensagens também fazem referência a acampamentos golpistas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde caminhões estacionados nas proximidades eram multados. O general Mario Fernandes cobrava ações diretas do gabinete presidencial e do próprio Exército, alegando pressão sobre as forças militares e grupos de apoio, como caminhoneiros e representantes do agronegócio.
De acordo com a PF, as trocas de mensagens explicitam as intenções antidemocráticas de Mario Fernandes, que teria pressionado Mauro Cid para a implementação do suposto golpe. Na última semana, Fernandes foi preso e indiciado no desdobramento da investigação.
Fonte: Metro 1