Israel sinaliza que deve agir na Síria após colapso do regime Assad

Após queda de Assad, governo de Israel dá sinais de que pode aumentar a presença militar na Síria

O chefe do Estado-Maior Geral de Israel, Herzi Halevi, sinalizou que o país liderado por Benjamin Netanyahu deve agir na Síria após a queda de Bashar al-Assad. A declaração do líder militar aconteceu neste domingo (8/12).

Mais cedo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já havia anunciado o envio de tropas para uma zona desmilitarizada nas Colinas de Golã, localizada no território sírio e parcialmente ocupada por Israel desde a década de 60. De acordo com o premiê, a medida visa garantir a segurança de israelenses que vivem na região.

Falando com recrutas que atuam na região, Halevi afirmou que Israel está atuando agora em “quatro frontes de batalha” no Oriente Médio desde a última noite, quando tropas foram enviadas ao território da Síria. As outras três são a Cisjordânia, Faixa de Gaza e Líbano.

“Desde ontem à noite, estamos em combate em quatro frentes. As tropas terrestres estão empenhadas em combate em quatro frentes: contra o terrorismo na Judéia e Samaria, em Gaza, em Líbano, e ontem à noite enviamos tropas para território sírio. Temos excelentes tropas terrestres trabalhando juntas, infantaria, blindados, engenharia e artilharia, e elas estão cooperando com outros ramos das FDI: aéreo, marítimo e de inteligência”, declarou Halevi. “Em apenas um momento, essa responsabilidade se tornará sua. Vocês estão prestes a vestir seus uniformes e assumir o bastão com tremenda responsabilidade”.

Nas primeiras horas deste domingo, uma base aérea na capital síria, Damasco, foi alvo de bombardeios. A suspeita é de que Israel esteja por trás da ação.

O colapso de Assad na Síria foi visto por Netanyahu como uma vitória para Israel, que nos últimos meses atuou diretamente contra dois aliados do antigo presidente sírio: Hezbollah e Irã.

“Este colapso é o resultado direto da nossa ação enérgica contra o Hezbollah e o Irã, principais apoiantes de Assad. Isso desencadeou uma reação em cadeia de todos aqueles que querem ser libertados deste regime opressivo e tirânico”, disse Netanyahu em um comunicado divulgado pela manhã.

Derrubada em menos de 15 dias

Com seus principais aliados envolvidos em outros conflitos, como a Rússia na Ucrânia, ou enfraquecidos, tal qual o Hezbollah no Líbano, Assad caiu após uma ofensiva de rebeldes que durou apenas doze dias.

Em 27 de novembro, o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) avançou contra posições antes controladas por forças ligadas ao ex-presidente ao lado de outras organizações jihadistas.

Sem encontrar muita resistência, os insurgentes passaram a controlar diversas áreas do país, e iniciaram uma marcha a caminha da capital Damasco, que caiu nas mãos da oposição em questão de horas.

Após a queda de seu regime, Assad renunciou ao cargo de presidente e saiu da Síria. O seu paradeiro, no entanto, ainda é incerto.

Fonte: Metrópoles

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